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segunda-feira, setembro 03, 2007

  • GUANTÁNAMO E SUCURSAIS - OS FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA REDE DE TORTURA

    A Internet de língua portuguesa é, claramente, dominada pelo Brasil. A explicação é simples: o Brasil tem perto de 200 milhões de habitantes.
    Os portugueses são cerca de 15 milhões, mas só cerca de 10 milhões vivem em Portugal.
    Os outros 5 milhões estão espalhados por todos os continentes.
    Angola e Moçambique são países novos, bastante marcados pelo canto do cisne do regime de apartheid da África do Sul, que semeou a morte à sua volta, antes de ele próprio morrer. Precisam de tempo para se desenvolverem. Angola está numa fase de acentuado crescimento económico.
    Há muitos sites com informações importantes na língua portuguesa, divulgados a partir do Brasil. Na «Wikipedia» não há assinaturas. Não se sabe quantas pessoas escreveram um artigo ou se foi apenas uma.
    Quem anda pela Internet sabe que há muita Censura na «Wikipedia». Há mais de mil Comissões de Censura da «Wikipedia». O que lá fica é o menor denominador comum aceite pelas várias Comissões de Censura. Até há Censura ao ângulo das fotografias. Há artigos que são pura e simplesmente apagados pelas várias Inquisições da «Wikipédia».
    Apesar das várias Inquisições ainda fica algo de aproveitável. Ainda há pouco tempo foi revelado que uma das Comissões de Censura da «Wikipedia» é da CIA, que, nomeadamente, censurou parte da biografia do actual presidente da República do Irão. Como existe a da CIA existem outras censuras estatais semelhantes. Admitir mil Comissões de Censura é um número baixo, há muito mais de mil. Todas as organizações de outros Estados semelhantes à CIA, certamente que tem a sua própria Comissão de Censura.
    Há muita discussão àcerca da Filosofia de Nietzsche (1844-1900) e vamos aproveitar textos da «Wikipedia» escritos a partir do Brasil.
    Os apologistas de Nietzsche acusam a irmã de Friedrich Nietzsche, Teresa Isabel (1846-1935), ela própria do partido nazi, desde 1930, de ser a pessoa responsável pela apropriação das ideias de Nietzsche por Hitler. Não foi por acaso que Adolf Hitler, acompanhado de toda a elite nazi, esteve presente no funeral de Teresa Isabel Nietzsche.
    Há, de facto, textos de Nietzsche que criticam o anti-semitismo.
    Mas é inegável, que algumas dolorosas verdades, escritas por Nietzsche servem para justificar o nazismo. A ideia de super-homem foi aproveitada pelo nazismo.
    E a ideia de que o poder deve ser exercido de acordo com a total liberdade de quem o exerce pode encontrar-se em Nietzsche. Hitler não perdeu a II Guerra Mundial, porque a História da Humanidade tem um sentido. Perdeu-a, porque encontrou pela frente forças militares mais fortes.
    « Nietzsche era um crítico das "idéias modernas", da vida e da cultura moderna, do neo-nacionalismo alemão. Para ele os ideais modernos como democracia, socialismo, igualitarismo, emancipação feminina não eram senão expressões da decadência do “tipo homem”. Por estas razões, é por vezes apontado como um precursor da pós-modernidade.
    A figura de Nietzsche foi particularmente promovida na Alemanha Nazi, tendo sua irmã, simpatizante do regime hitleriano, fomentado esta associação. Em A minha luta, Hitler descreve-se como a encarnação do super-homem (Übermensch). A propaganda nazi colocava os soldados alemães na posição desse super-homem e, segundo Peter Scholl-Latour, o livro "Assim Falou Zaratustra" era dado a ler aos soldados na frente de batalha, para motivar o exército. Isto também já acontecera na Primeira Guerra Mundial. Como dizia Heidegger, ele próprio nietzscheano e nazista, “na Alemanha se era contra ou a favor de Nietzsche”. »
    Em Nietzsche encontramos a ideia de que o super-homem tudo pode fazer, tanto para o bem, como para o mal.
    Nietzsche faz um violento ataque ao cristianismo. Escreveu que
    « "O cristianismo foi, até o momento, a maior desgraça da humanidade, por ter desprezado o Corpo."
    "A fé é querer ignorar tudo aquilo que é verdade." »
    Ora cometeram-se muitos abusos em nome do cristianismo, especialmente durante o governo de Teodósio no império romano, depois durante as cruzadas, e através da Inquisição. Mas o cristianismo não é só isso.
    Nietzsche mostrou a Hitler, que se pudesse poderia ter concretizado o seu programa. Não o concretizou, porque encontrou pela frente forças militares superiores, como atrás foi dito. Se não fosse isso tinha-o concretizado.
    « Crítico da cultura ocidental e suas religiões e, conseqüentemente, da moral judaico-cristã. Associado equivocadamente, ainda hoje, por alguns ao niilismo e ao nazismo - uma visão que grandes leitores e estudiosos de Nietzsche, como Foucault, Deleuze ou Klossowski procuraram desfazer - juntamente com Marx e Freud - Nietzsche é um dos autores mais controversos na história da filosofia moderna. »
    Nietzsche não é só o que Hitler e Heidegger viam nele. É mais que isso, mas é, também, o que Hitler e Heidegger viam nele, durante o III Reich.
    Não foi associado «equivocadamente» ao nazismo. Pode ser, fundamentadamente, associado a aspectos essenciais do nazismo.
    Ora a Rede de Tortura, incluindo Tortura até à morte, Guantánamo e Sucursais tem os seus alicerces na Filosofia de Nietzsche. É a ideia de que o poder pode agir sem o risco de ser punido, em algumas circunstâncias.

    Por trás desta Rede Guantánamo e Sucursais está a ideia de que os valores morais são para os outros, não são para a classe política.
    A classe política só respeitará os valores morais se a isso for obrigada pela sociedade civil, caso não despreza-os, melhor, continuará a desprezá-los.