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quarta-feira, junho 15, 2005

  • PORTUGAL DE 20 DE ABRIL DE 1974 A 30 DE NOVEMBRO DE 1975

    Há peças que faltam no 'puzzle' explicativo do chamado PREC (Processo Revoluconário em Curso). Ainda não passou o tempo suficiente para sabermos a «clara certidão da verdade».
    A lógica não é assim tão simples. Ora vejamos:
    Ribeiro e Castro é benfiquista. Jerónimo de Sousa é benfiquista e comunista, logo 'Ribeiro e Castro é comunista'. Esta conclusão está, obviamente, errada. Está errada porque faltam elemento deste simples 'puzzle'.
    É por isso que a afirmação de Ribeiro e Castro de que Álvaro Cunhal queria implantar em Portugal uma ditadura estalinista está errada. Assim como estava errada a afirmação de Mário Soares de que Álvaro Cunhal tentou um golpe de Estado comunista em 25 de Novembro de 1975.
    Vejamos boas razões que desmentem Ribeiro e Castro e Mário Soares:
    1) Em 1974 e em 1975 estava em vigor um 'segundo Tratado de Tordesilhas', que estabelecia as regras da Guerra Fria, segundo o qual o Mundo, especialmente a Europa, estava bem demarcado em duas áreas de influência, a dos Estados Unidos e a da União Soviética. Ora Portugal pertencia à área americana, era membro da NATO, logo nada podia acontecer fora dos limites traçados pelos Estados Unidos.
    Se fosse implantada uma ditadura estalinista, Portugal seria invadido pela NATO de acordo com o referido 'segundo Tratado de Tordesilhas'.
    Ora Álvaro Cunhal sabia um mínimo de Geografia para ver bem que Portugal estava na área de influência dos Estados Unidos.
    2) Em 25 de Novembro de 1975 era impossível a Álvaro Cunhal dominar Portugal.
    3) Não há prova nenhuma de que Álvaro Cunhal quisessse implantar uma ditadura em Portugal, queria sim, influenciar o poder, mas não em ditadura.