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Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

terça-feira, junho 14, 2005

  • ÁLVARO CUNHAL OU O LADO HERÓICO DA ESQUERDA ANTIFASCISTA

    O maior «tacho» de Álvaro Cunhal, enquanto membro da classe política anti-salazarista foram onze anos de cadeia.
    É esta imagem sofredora e heróica de Cunhal atrás das grades que dignifica, profundamente, o acto de ser de Esquerda.
    O Cunhal da luta antifascista, enquadra-se na tradição heróica da luta contra uma ditadura, na linha do General Gomes Freire de Andrade, pendurado pelo pescoço, por querer a Liberdade para Portugal, na linha dos liberais que resistiram na ilha Terceira à ditadura miguelista, na tradição heróica dos liberais que resistiram na cidade do Porto às tropas, bem treinadas, da ditadura miguelista.
    Enquanto que Alexandre Herculano e Almeida Garrett arriscaram a vida na luta pela Liberdade, mas que depois colheram os frutos pessoais desse 'investimento', primeiro Herculano encostado aos tachos cartistas, depois o ex-elemento da extrema esquerda Almeida Garrett, que tanto odiava os barões, acabou por se tornar um deles ao aceitar o título de visconde, equivalente ao de barão.
    Ora Álvaro Cunhal nunca ganhou nenhum tacho, nunca se tornou 'barão' como o visconde de Almeida Garrett. Viveu e morreu como um incorruptível, que pôs a sua vida ao serviço das classes mais desfavorecidas, que ainda hoje ou são tratadas como animais ou então como números, não como pessoas...
    A herança de Álvaro Cunhal para o século XXI é o sofrimento como prémio pela dedicação às classses mais desfavorecidas...