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sábado, fevereiro 02, 2008

  • DE TORQUEMADA A NIETZSCHE, PASSANDO POR ROUSSEAU E POR MARX

    «Tomás de Torquemada nasceu em 1420, em Valladolid e faleceu em Ávila, a 16 de setembro de 1498. Ainda jovem, tornou-se frade dominicano no Convento de San Pablo, em Valladolid. Em 1452 foi eleito prior do Convento de Santa Cruz, em Segóvia, confessor, desde 1474, da Rainha Isabel de Castela e Inquisidor-Geral de Castela e Aragão, por nomeação de Sixto IV, em 1483. Era sobrinho do Cardeal Juan de Torquemada, igualmente dominicano.

    Mais do que quaisquer outros, dois homens que chegaram ao auge do poder no final do século XV - o Inquisidor Geral Tomás de Torquemada e o tirano de Florença Girolamo Savonarola - simbolizam a face intolerante da história da Igreja Católica. Com eles, as fogueiras estiveram sempre acesas, para desespero de judeus, mouros e hereges.




    A Espanha nas mãos de Torquemada, o Grande Inquisidor
    Na segunda metade do século XV, a Península Ibérica tinha mais judeus convertidos do que qualquer outra região do mundo. Ocupada durante séculos pelos muçulmanos, que concediam aos judeus e cristãos liberdade de culto a troco de um imposto especial, a Península Ibérica tornou-se um refúgio ideal e palco de uma intensa troca civilizatória entre elementos das culturas cristã, muçulmana e judaica.

    Entre os frutos desse intercâmbio, destaca-se a Astrologia, quase desaparecida da Europa durante alguns séculos e que retorma ao continente exatamente pela via do contato com o mundo islâmico, na região do Mediterrâneo.

    Com a progressiva unificação da Espanha (resultado da união dos reinos de Leão e Castela e, mais tarde, destes com Aragão) os muçulmanos e os judeus foram aos poucos empurrados para o sul, obrigados a migrar para o Marrocos ou a fazer uma conversão forçada ao cristianismo. Tal conversão era sempre vista com desconfiança, já que, motivada pela perseguição religiosa, era apenas aparente: na intimidade de seus lares, muitos judeus continuavam em segredo a praticar os velhos cultos.

    Com o casamento de Fernando de Aragão (a atual Catalunha, ou seja, a região de Barcelona) com Isabel de Castela (a região de Madri), os dois reinos se uniram e a Espanha moderna começou a tomar forma.

    Torquemada, na época (1478), era frade dominicano e confessor de Isabel, função que exercia desde 1474.

    Poucos anos depois ele se transformaria na figura mais importante da Inquisição Espanhola. Torquemada explorava a desconfiança popular com relação aos judeus convertidos e difundia a suposta necessidade de que o país contasse apenas com sangre limpia, ou seja, sangue puramente cristão. Na prática, era uma ficção, pois, como a Espanha tinha a maior comunidade judaica da Europa medieval e como eram comuns os casamentos inter-étnicos e as conversões religiosas, pouquíssima gente na Espanha tinha sangue realmente puro. O próprio Torquemada era neto de marranos (judeus convertidos), fato que ele escondia cuidadosamente. Mas Torquemada não se deixou abater por este detalhe: decidido a purificar o país, desenvolveu um trabalho metódico, frio e impiedoso de perseguição aos marranos que resultou na morte de - segundo algumas fontes - trinta mil vítimas.»



    «Há a moral dos senhores e a moral dos escravos».
    (Frederico Nietzsche in «Para Além do Bem e do Mal»)


    Qual seria a moral de Torquemada? A moral dos Torturadores e dos genocidas.
    Ser a favor da monarquia é ser contra a igualdade.
    Jean-Jacques Rousseau disse que os homens nascem livres e iguais em direitos, e acrescentou que um rei era dispensável, defendendo a República.
    Em nome das ideias de JJ Rousseau a burguesia lançou-se à conquista do planeta Terra e conseguiu.
    Marx explicou bem como a burguesia se apoderou do conceito Liberdade para enriquecer à cusra da maioria dos cidadãos.
    As ideias de Marx e de Engels demoliram a moral dos senhores, mas fracassaram na construção de uma alternativa.
    Hoje ser de Esquerda implica o regresso a JJ Rousseau e a Karl Marx.
    Ser de Esquerda hoje, implica a DEFESA DA LIBERDADE E DA IGUALDADE DO POSSÍVEL. Para tal é necessário resistir às Centrais da Impostura dos grandes capitalistas, que nos querem impingir a moral dos escravos.