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terça-feira, julho 31, 2007

  • O FIM DA LINHA PARA INGMAR BERGMAN E PARA ANTONIONI

    O fim da linha para o sueco Ingmar Bergman e para o italiano Antonioni sugere uma reflexão sobre o cinema, actualmente dominado pelas empresas norte-americanas de Los Angeles.
    Grande parte dos filmes, da parte de Los Angeles chamada Hollywood, partem do princípio de que as pessoas que vão ao cinema são muito pouco inteligentes, pois apresentam argumentos muito básicos.
    Ingmar Bergman e Antonioni partiam do princípio de que as pessoas que iam ao cinema eram inteligentes.


    «Ernst Ingmar Bergman (Uppsala, 14 de Julho de 1918 — Fårö, 30 de Julho de 2007) foi um dramaturgo e cineasta sueco.
    Estudou na Universidade de Estocolmo, onde se interessou por teatro, e mais tarde, por cinema. Iniciou a sua carreira em 1941, escrevendo a peça de teatro "Morte de Kasper" e, em 1944, escreveu o primeiro argumento para o filme "Hets". Realizou o primeiro filme em 1945, "Kris".
    Os seus filmes lidam geralmente com questões existenciais como a mortalidade, solidão e fé. As suas influências literárias vêm do teatro: Henrik Ibsen e August Strindberg.
    Teve um romance com Liv Ullmann, com quem teve uma filha. Dirigiu a atriz em dez filmes, o primeiro dos quais foi Persona.
    Talvez o melhor comentário sobre Ingmar Bergman tenha partido de Jean-Luc Godard: "O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico". (Jean-Luc Godard, "Bergmanorama", Cahiers du cinéma, Julho - 1958).
    O diretor e roteirista morreu em sua casa em Fårö aos 89 anos. A morte, segundo sua filha, Eva Bergman, ocorreu de forma tranqüila.»

    «Michelangelo Antonioni (Ferrara, 29 de setembro de 1912 — Roma, 30 de Julho de 2007) foi um cineasta italiano cujos filmes são considerados como alguns dos mais influentes no Neo-realismo italiano e na estética do cinema em geral.
    Graduou-se em economia na Universidade de Bolonha. Chegando a Roma em 1940 estudou no Centro Sperimentale di Cinematografia na Cinecittà, onde conheceu alguns dos artistas com quem acabou cooperando nos anos futuros; entre eles Roberto Rossellini.
    O primeiro grande sucesso de Antonioni foi L'avventura (1960). que foi seguido por La notte (1961) e L'eclisse (1962), que compreendem uma trilogia sobre o tema da alienação. Seu primeiro filme colorido Il deserto rosso (1964), também explora temas modernistas da alienação, e junto com os três filmes anteriores, forma uma tetralogia. A atriz Monica Vitti apareceu nos quatro filmes da tetralogia, atuando em papéis de mulheres desconexas que lutam para se ajustar ao isolamento da modernidade. O seu primeiro filme em inglês, Blowup (1966), foi também um grande sucesso. Embora ele tenha enfrentado o difícil tema da impossibilidade da percepção objetiva das coisas, o filme teve boa recepção popular, parcialmente devido a sua sexualidade explícita pelos padrões da época, e também por causa da atriz Vanessa Redgrave. Zabriskie Point (1970), seu primeiro filme rodado nos Estados Unidos da América, teve menos sucesso, mesmo com a inclusão de uma trilha sonora composta de artistas populares como a banda Pink Floyd (que compôs músicas especialmente para o filme), Grateful Dead, e os Rolling Stones. The Passenger (1975), que foi estrelado por Jack Nicholson, também não obteve sucesso. Embora tenha continuado dirigindo, Antonioni jamais recuperou o grande apelo do seu trabalho anterior. Em 1995 ele foi premiado com um Oscar pelo conjunto da sua obra.
    Referências
    Ele se descrevia como um intelectual marxista, mas alguns autores colocam algumas dúvidas em relação a sua real adesão as ideias do Marxismo. Em contraste com os seus contemporâneos, incluindo os neo-realistas e também Federico Fellini, Ermanno Olmi e Pier Paolo Pasolini, cujas histórias geralmente tratavam da vida da classe trabalhadora e a rejeição e incompreensão da sociedade, o filme mais notável do Antonioni mostrava a elite e a burguesia urbana.»