Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

sábado, junho 16, 2007

  • O NEOLIBERALISMO E A CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO

    «As origens do que hoje se chama neoliberalismo nos remetem à Escola Austríaca [2] , nos finais do século XIX, com o Prêmio de Ciências Econômicas Friedrich von Hayek [3], considerado o propositor da sua base filosófica e econômica, e Ludwig von Mises [4].
    A Escola Austríaca [2] adotava a Lei de Say e a teoria marginalista, que veio a ser contestada, mais tarde, por Keynes, quando este formulou, na década de 1930, sua política Keynesiana e defendeu as políticas econômicas com vistas à construção de um estado de bem-estar social - hoje em dia também chamado, por alguns, de Estado Escandinavo - por ter sido esse caminho o adotado pelos países escandinavos (ou países nórdicos) tais como a Suécia, a Dinamarca e a Noruega e a Finlandia. [5]
    Mais recentemente, o liberalismo ressurgiu, em 1947, do célebre encontro entre um grupo de intelectuais liberais e conservadores realizado em Monte Pèlerin, na Suíça, onde foi fundada uma sociedade de ativistas em oposição às políticas do estado de bem-estar social, por eles consideradas "coletivistas" e, em última análise, "cerceadoras das liberdades individuais" [4] A Mont Pèlerin Society dedica-se a difundir e propagar as idéias conservadoras e liberais da Escola Austríaca e a combater ideologicamente todos os que delas divergem. Com esse objetivo promove conferências, publica livros, mantém sites na internet e conta para isso, em seus quadros, com vários economistas com treinamento acadêmico, como Jesús Huerta de Soto [2], seu vice-presidente e professor da Universidade de Madrid
    Essas idéias atraíram mais adeptos depois da publicação, em 1942 na Inglaterra, do Relatório Benveridge [6] , um plano de governo britânico segundo o qual - depois de obtida a vitória na segunda grande guerra - a política econômica britânica deveria se orientar no sentido de promover uma ampla distribuição de renda, que seria baseada no tripé da Lei da Educação, a Lei do Seguro Nacional e a Lei do Serviço Nacional de Saúde (associadas aos nomes de Butler, Beveridge e Bevan). [6]
    A defesa desse programa tornou-se a bandeira com a qual o Partido Trabalhista inglês venceu as eleições de 1945, colocando em prática os princípios do estado de bem-estar social. [6]
    Para Friedrich August von Hayek, esse programa leva "a civilização ao colapso". Num de seus livros mais famosos O Caminho da Servidão (1944), Hayek expôs os princípios básicos de sua teoria, segundo a qual o crescente controle do estado é o caminho que leva à completa perda da liberdade, e indicava que os trabalhistas, em continuando no poder, levariam a Grã-Bretanha ao mesmo caminho dirigista que os nazistas haviam imposto à Alemanha.[6] Essas posições de von Hayek não são baseadas exclusivamente em leis econômicas ou na ciência pura da economia, mas incorporam, em sua argumentação, um grande componente político-ideológico. Isso explica por que o economista socialista Gunnar Myrdal, o teórico inspirador do Estado do bem-estar social sueco, ironicamente, dividiu o Prêmio de Ciências Econômicas (Prêmio Nobel), em 1974, com seu maior rival ideológico, von Hayek, o grande evangelista do fundamentalismo de livre mercado. »

    («↑ 2,0 2,1 2,2 SOTO, Jesús Huerta de.Escola Austríaca: Mercado e criatividade empresarial. Lisboa: Espírito das Leis, 2005.
    ↑ Friedrich August von Hayek, 1889-1992
    ↑ 4,0 4,1 PRUNES, Cândido Mont Pèlerin 2005. Rio de Janeiro: Especial para o "Instituto Liberal", 19/8/2005
    ↑ GARDELS, Nathan.Globalização produz países ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita para fazer esse processo funcionar é usar o chamado "modelo escandinavo" . Economia & Negócios, O Estado de S. Paulo, 27/09/2006
    ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 6,9 Short History and Statement of Aims. Mont Pelerin Society»)


    Quem está a escrever isto, concorda, no essencial, com o texto entre aspas, recolhido na Internet, mas de autor desconhecido.

    ORA O IMAGINÁRIO DO NEO-LIBERALISMO É TENTAR IMPOR A IDEIA DE QUE A DISTRIBUIÇÃO JUSTA DO RENDIMENTO DAS NAÇÕES É UMA "DESGRAÇA", E QUE É "IMPERIOSO" ENGORDAR AS MINORIAS OLIGÁRQUICAS, CONTRA OS INTERESSES DA MAIORIA DOS HABITANTES DE CADA NAÇÃO.

    Contra a globalização neoliberal há que opor as outras globalizações, como a globalização das ideias de resistência à aliança neoconservadorismo-neoliberalismo.