Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

quarta-feira, abril 14, 2004

  • O 25 DE ABRIL – II

    FASCISMO, PIDE E CENSURA

    Salazar e Marcelo Caetano não gostavam da palavra fascismo e proibiram o seu uso corrente nos órgãos de comunicação social, embora fossem grandes admiradores de Mussolini.
    Fascismo é um «movimento político e filosófico ou regime (como o estabelecido por Benito Mussolini na Itália, em 1922), que faz prevalecer os conceitos nação e raça sobre os valores individuais e que é representado por um governo autocrático, centralizado na figura de um ditador. (...) ETIM italiano Fascismo (1919) ‘id’, de fascio ‘feixe, associação política e sindical’, do latim medieval fascium, ii, este do latim fascis is ‘feixe, molho, grupo, ajuntamento» (In «Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa», Ed. Temas e Debates, Lisboa, 2003).
    Sendo o Dicionário Houaiss o mais actualizado da Língua Portuguesa, parece-me essencial a explicação do conceito fascismo e da sua origem, nesta grande obra da intelectualidade brasileira.
    Ora a direita portuguesa gosta de chamar salazarismo ou Estado Novo ao fascismo português, embora seja directamente inspirado nas ideias de Mussolini – a intenção é baralhar e dificultar a explicação do fenómeno.
    Nazi é « Etimologicamente alemão, forma abreviada de Nationalsozialist ‘nacional-socialista’» (Dicionário Houaiss).
    O paradoxal nome do fascismo alemão deve-se a Hitler ter aderido, em 1919, ao Partido Operário Alemão, que rebaptizou de «Partido Nacional-Socialista Alemão do Trabalho». Definiu a sua ideologia política a partir de 1923 no livro «Mein Kampf» (A Minha Luta).
    A palavra fascismo entra na Língua Portuguesa primeiro que a palavra nazismo, passando nazismo a ser considerado a variante alemã do fascismo, caracterizada pelo acentuadíssimo racismo.
    O fascismo espanhol também não usava a palavra fascismo, mas falangismo, de Falange o partido do general Franco que implantou o fascismo em Espanha. O mais violento fascismo para com os próprios nacionais foi o espanhol, que precisou de um milhão de mortos, a maior parte deles castelhanos, para chegar ao poder. Hitler foi o líder fascista que mais suavemente chegou ao poder, porque venceu as eleições, de acordo com a Constituição Democrática de Weimar. A violência de Hitler foi fundamentalmente contra os judeus, os ciganos e os eslavos.
    A polícia política fascista mais conhecida é a Gestapo de Hitler, na qual se inspirou Salazar para formar a PIDE, baptizada de DGS por Marcelo Caetano.
    A ideia base da criação da PIDE era criar ansiedade em toda a população excepto nos adeptos de Salazar e perseguir e torturar, e matar se fosse necessário, os elementos da oposição. O medo era uma arma chave de Salazar para dominar o povo.
    A Censura era uma arma fundamental associada à PIDE «para controlar a situação» - alargava-se dos órgãos de comunicação social aos espectáculos e publicação de livros.
    De todos os aspectos do fascismo salazarista aquele que mais profundamente foi interiorizado pela sociedade foi a Censura. É o vestígio do fascismo mais profundo, ainda hoje dominante na Direita e paradoxalmente na Esquerda.
    O melhor exemplo de Censura fascista praticada pela RTP, pela SIC e pela TVI é escolherem a opinião única pró-Bush através dos censores ideológicos, do neoconservador José Manuel Fernandes na RTP, do fascista Nuno Rogeiro na SIC e do PSD Marcelo Rebelo de Sousa na TVI – é o pensamento único pró-Bush. Não há expressão do pensamento dos opositores de GW Bush – Vital Moreira, por exemplo, como comentador de Bush na RTP, na SIC ou na TVI nem morto!
    Na Blogosfera a Censura é maior na Esquerda que na Direita, devido ao baixo nível ético e cultural dos dois grandes blogs de Esquerda, que são o Barnabé e o Blog de Esquerda – os redactores são ideologicamente primários, ignorantes da metodologia das fontes e da Liberdade de Expressão, representantes da chamada Esquerda Caviar. Quando o Barnabé ataca Carlos Carvalhas fá-lo como faria um PIDE, à maneira fascista – o alvo número um da PIDE era o PCP. (Consultar texto neste blog sobre o ataque do Barnabé a Carlos Carvalhas). As claras virtudes não censórias do Blog de Esquerda e do Barnabé são os comentários, porque os blogs da Direita também têm comentários.
    Os blogs do PS fazem todos Censura em nome da «responsabilidade do exercício do poder».
    O PCP não aparece na Blogosfera não se sabe porquê!
    O melhor exemplo de Liberdade de Expressão da Direita na Blogosfera é o Blog «O Meu Pipi», que parte os cânones da Censura.