Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

quinta-feira, abril 08, 2004

  • ESQUERDA LIBERDADE E IGUALDADE – VI



    A ESQUERDA E O FUTURO
    Não podemos adivinhar o futuro, podemos prevê-lo, podemos procurar inflenciá-lo, mas o pensamento do futuro não pode ser adivinhado hoje. No entanto penso que para a Esquerda o grande problema do futuro será conciliar Liberdade e Igualdade!
    O mais desejável para o futuro é que a Esquerda consiga a unidade do possível, que acabe com as guerras interesquerda para poder enfrentar o inimigo comum.
    «Tomemos a Grande Revolução Francesa. Não é por acaso que é chamada ”Grande”. Fez tanto pela classe pela qual se travou – a burguesia – que todo o século XIX, esse século que forneceu cultura e civilização a toda a humanidade, decorreu sob o signo da Revolução Francesa» escreveu Lenine no livro «Como Iludir o Povo» (Ed. Centelha, Coimbra, 1974, p 63). Hoje no século XXI, acho que podemos constatar que a Revolução Liberal Francesa não fez só tanto pela burguesia, fez também pelas classes populares que aperfeiçoaram os seus ideais e impuseram a Democracia, tal como ela é hoje em França – tem defeitos, mas ainda pode ser muito melhorada no futuro.
    «Quando os grandes revolucionários burgueses franceses morreram na luta, morreram como indivíduos e não tinham qualquer apoio noutros países. Todos os Estados europeus se encontravam contra eles e principalmente a “progressista” Inglaterra.» - Lénine não adivinhava o futuro, como ninguém adivinha, escreveu estas palavras no livro citado, mas hoje a União Europeia procura aprovar uma Constituição que tem por base os ideais iluministas da Revolução Liberal Francesa, aperfeiçoados com as críticas de muitas correntes de esquerda ao longo do tempo.
    Lenine escreveu no livro citado que «A igualdade é o nosso objectivo, mas sob a forma de abolição de classes.» ( p 43)
    O fulcro da divisão da esquerda é a questão das desigualdades – a diferença entre o possível e a utopia.
    É preciso inventar coisas novas para aperfeiçoar a Democracia e diminuir as desigualdades. Mas, seja como for, sem nunca sacrificar a liberdade!
    A esquerda portuguesa tem grandes dificuldades em enfrentar o problema das monumentais desigualdades – Portugal tem uma pequena oligarquia multimilionária e outros portugueses a passar fome!
    A liberdade no meio destas profundas desigualdades é difícil de usar pelos mais desfavorecidos.
    Esperemos que no futuro a Esquerda portuguesa consiga diminuir significativamente as desigualdades – a Direita quer precisamente o contrário, quer aumentar ainda mais as desigualdades.