Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

sábado, fevereiro 23, 2008

  • A INTERNACIONAL SOCIALISTA MINADA PELO NEOLIBERALISMO

    Paradoxalmente, o neoliberalismo que é anti-socialista, está a infiltrar-se na Internacional Socialista, nomeadamente em alguns sectores do PS português.

    «A Internacional Socialista é uma organização global de partidos sociais democratas, socialista e "labour" (trabalhistas), Actualmente junta 162 partidos e organizações de todo o mundo. Foi fundada em 1889, pela facção marxista após a cisão da Associação Internacional dos Trabalhadores, sendo por isto também chamada de Segunda Internacional.
    Na segunda metade do século XIX, a industrialização avançou enormemente na Europa Ocidental. Desenvolveram-se as indústrias de bens de capital, produzindo em larga escala equipamentos, máquinas, navios, produtos químicos, etc, empregando uma grande massa de trabalhadores. Os aperfeiçoamentos tecnológicos trouxeram (como Marx havia previsto) uma concentração do capital, com o predomínio de poucas grandes empresas e bancos. O progresso econômico levou os países capitalistas a uma competição internacional, acentuando-se a rivalidade entre eles na luta por mercados e áreas de investimento fora da Europa. Isso deu origem, a partir de 1870, à corrida imperialista que resultou na partilha da Ásia, África e América entre as potências imperialistas. O aumento da riqueza e o acentuado crescimento das organizações socialistas permitiram que a classe operária européia alcançasse melhores condições de vida, com elevação dos salários e do consumo e obtivesse maiores direitos políticos, como a extensão do direito de voto a praticamente todos os homens.
    Essa situação modificou o movimento operário, dividindo-o em diversas tendências conflitantes dentro do socialismo. Ao lado do grupo de marxistas radicais que insistia na via revolucionária para o socialismo, surgiu um outro grupo de marxistas que defendia uma posição mais moderada, afirmando que se poderia caminhar para o socialismo pela via parlamentar, utilizando-se das instituições democráticas para derrotar o capitalismo. Essa corrente de marxistas moderados, que se posicionou também contra as greves gerais e as revoluções violentas tornou-se conhecida como a social-democracia, ganhando apoio entre os trabalhadores e a classe média. Na Alemanha, deu origem ao Partido Social-Democrata da Alemanha, criado em 1875, unindo as diversas correntes do movimento operário alemão. Apesar das divergências internas e da forte repressão do governo do 12 ministro Bismarck, o PSDA conheceu um enorme avanço no campo eleitoral, chegando a obter mais de 500 000 votos nas eleições de 1877 e 1 427 000 votos nas de 1890, tornando-se o partido mais forte do país. O principal teórico da social-democracia foi o filósofo marxista tcheco Karl Kautsky (1854/1938). Na Inglaterra, onde o movimento operário existia mais ligado aos sindicatos, os socialistas agruparam-se numa organização denominada "sociedade Fabiana", que discordava radicalmente de Marx em relação a natureza e ao papel do Estado. Eles acreditavam ser possível, numa democracia parlamentar baseada no sufrágio universal, chegar à igualdade social e talvez até a supressão da propriedade privada.
    Na década de 1890, ganhou corpo na Alemanha uma corrente política liderada por EDUARD BERNSTEIN (1850/1932), que propunha uma revisão minuciosa dos pontos básicos do marxismo. Ele afirmou que o avanço do capitalismo não estava levando a um aprofundamento das diferenças entre as classes; que o sistema capitalista não iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo; e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operários conseguissem todas as reformas necessárias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado. Suas idéias tiveram muita aceitação na França, dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses.»