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terça-feira, dezembro 25, 2007

  • A TORTURA ENQUANTO EXPRESSÃO «URBI ET ORBI» DOS ESTADOS UNIDOS E DA UNIÃO EUROPEIA


    A TORTURA É A EXPRESSÃO DA PRESIDÊNCIA NEOCONSERVADORA NORTE-AMERICANA E DO PARLAMENTO EUROPEU

    « “TORTURA É OUTRA COISA”

    Por sua vez, o chefe do Pentágono, Donald Rumsfeld, afirmou sobre os crimes documentados em Abu Graib que “tortura, tecnicamente, é outra coisa”. Veja-se bem que as fotos documentavam inclusive dois mortos na tortura e, como afirmou o relatório do general Antonio Taguba, entre os atos cometidos contra os presos havia espancamento, forçamento de prisioneiros a simular atos sexuais entre si ou a se masturbarem, ameaça de eletrocução, ameaça de estupro e a sodomização de um preso com um cabo de vassoura. O que “tecnicamente” precisaria ser feito a mais para “haver tortura”?

    Não se tratava, também, de um “ato isolado” de meia dúzia de soldados maníacos, sob a “direção frouxa” de “alguns oficiais”, como o Pentágono tenta encobrir. De Abu Graib as denúncias já se estenderam a mais cinco prisões no Iraque. Nem se trata só do Iraque. O Pentágono admitiu “25 mortos” em interrogatório no Afeganistão e Iraque. Certamente o número de mortos nos “interrogatórios” é muito maior do que eles admitem. Bem antes, já tinha vindo a público o assassinato no interrogatório de um ex-chefe da força aérea do Iraque.

    Também não é um “malfeito novo”: há décadas os EUA são responsáveis pela difusão da tortura no mundo, para o que montaram inclusive uma “escola”, a “Escola das Américas”. Como Dan Mitrione, o agente da CIA que foi ao Uruguai ensinar tortura – e que foi executado por patriotas. Documentos da CIA apresentam a tortura como uma “ciência” – sim, leitor, um manual da CIA escrito para o massacre no Chile tem um capítulo intitulado “A tortura como ciência”. Estripa-dores da CIA a usaram contra todas as revoluções populares, como fizeram na Guatemala, no Chile, no Congo, no Irã, na Indonésia, na Argentina, na América Central. Se já faziam isso antes, imagine-se agora, em nome do “combate ao terrorismo”, onde afirmam que vale tudo. »






    «Os Estados Unidos e a arte da tortura*


    Quando a mídia internacional divulgou vídeos e fotos mostrando as torturas, humilhações sexuais e outros abusos e violações dos direitos humanos a que os prisioneiros iraquianos eram submetidos na prisão de Abu Ghraib, a revista "Stern", da Alemanha, na capa da uma edição publicou como título, sobre o retrato de George W. Bush: "Moralisch Bankrott" (bancarrota moral).

    O famoso Seymour M. Hersh, da "New Yorker", revelou que esses abusos e torturas na prisão de Abu Ghraib e também no campo de concentração em Guantánamo, desrespeitando a Convenção de Genebra, não decorreram de inclinações criminosas de alguns poucos soldados do Exército americano, mas de uma decisão aprovada pelo secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, com o objetivo de extrair dos prisioneiros mais informações sobre Al Qaeda e a resistência no Iraque. E o Departamento de Justiça, em agosto de 2002, admitiu em memorando à Casa Branca que torturar terroristas da Al Qaeda, no exterior, "pode ser justificado"; que as leis internacionais contra tortura "podem ser inconstitucionais se aplicadas a interrogatórios" na guerra contra o terrorismo; e que a necessidade de autodefesa "podia prover justificativa que eliminaria qualquer responsabilidade criminosa".

    E provavelmente foi prevendo o emprego de tais métodos que George W. Bush retirou a assinatura dos EUA do tratado criando a Corte Penal Internacional, para crimes de guerra e contra os direitos humanos, e fez intensa campanha por meio de pressões e chantagem sobre outros países, de modo que não entregassem soldados americanos ao seu julgamento, privilégio que nenhuma outra nação procurou obter.»