O ÚLTIMO MODELO DE DEMOCRACIA – O IRAQUE
Tal como os automóveis têm o último modelo, o mesmo acontece com a democracia.
Chegou a altura de responder a uma mensagem de um elemento da Ala Esquerda sobre o último modelo de democracia.
«Não percebi essa afirmação do RM de que não era adepto de democracia, naquele texto sobre a bola…
(…)
Aguardo resposta esclarecedora…»
L… da Ala Esquerda
R –
1) Primeiro o texto completo.
NÓS E OS OUTROS
O Esférico Rolando...
A derrota da selecção nacional de futebol, frente à Grécia, deixou-nos a todos com um travo amargo na boca.
É certo e, talvez, sabido que a História não se lembra dos segundos lugares, nem se escreve com os nomes dos vencidos, mas, mesmo assim, há certos aspectos positivos que toda esta “epopeia” trouxe e que, pelo menos por ora, conseguem sobrepor-se ao morrer, mais uma vez, na praia. Sendo o futebol um campo emocional por excelência, não se torna muito lógico enquadrá-lo em outras perspectivas, ou esferas, pelas quais as leis da racionalidade (i)lógica se orientam- ao longo dos estreitos corredores labirínticos do comportamento social, delimitado por toda uma conjuntura específica.
Há quem faça críticas a todo este exagero nacionalista- e que ele pode ter fins perversos. De facto, o nacionalismo, em si, já carrega no seu âmago esse mesmo próprio extremismo- baseia- se na diferenciação de um Eu colectivo (definido por uma média incorrecta) em relação a todo um conjunto de Outros que lhe são exteriores.
Não me parece que seja este o caso- baseando-me no mesmo carácter emocional do futebol- nem que o velho Salazar possa estar a dar pulos de contente no seu pijama mortuário. A grande verdade é que o nacionalismo português vai buscar grande parte da sua argumentação retórica ao sentimento, mais ou menos entranhado, de inferioridade latente em relação aos outros países ocidentais mais desenvolvidos. O que contribui para grande parte desse sentimento- mais do que se ser dos últimos da União Europeia (em quase todos os balizadores de desenvolvimento social e económico) é uma visão completamente distorcida de todo um passado de pseudo-descobrimentos e de todo um império que ficou para trás.
Pós 25 de Abril essas ideias começaram a esbater-se, a não serem tão bem aceites, e as ideias reinantes passaram a ser as do ser europeu- como se uma das nações mais antigas deste continente, um dos primeiros países a ser consolidado (sem ter bem a certeza se não terá sido mesmo o primeiro), não fizesse parte dessa mesma Europa. Mas isso é mesmo uma das características das sociedades actuais - os elos de pertença a um Todo passam a ser definidos por factores exclusivamente económicos e, com grande espanto, a simples geografia não basta. Segundo a retórica geral parece que seria mais fácil Israel entrar para a União Europeia do que a Turquia. Não interessa.
De todas as formas, parece que o futebol encarregou-se de reabilitar esse mesmo nacionalismo, mas de uma forma em que ele passou a ser redimensionado. Desta maneira, numa primeira análise, não nos parece que seja um nacionalismo de tipo ostracizante, ou intolerante, em relação aos outros que não se encaixam nos seus quadrantes. Convém lembrar que todas as acções, realmente, de peso partem e devem partir de uma certa vontade colectiva de mudança, de tentar fazer sempre melhor- desde que seja num sentido de uma procura pelo bem comum- a solidariedade, o altruísmo, etc.
Desta maneira, tendo por base todos estes mesmos aspectos, parece-me completamente ridículo as opiniões que ostentam ser motivo de prestígio e orgulho nacional a nomeação do ex-PM Durão Barroso para Presidente da Comissão Europeia.
Realmente, não passa pela cabeça de alguém de mínimo bom senso (mesmo dentro do grupo dos que o elegeram) que tal nomeação possa ser benéfica para o país. Mas isto é mesmo assim, é outro dos erros dentro do grande erro que é a Democracia. Já se sabe que a democracia é apenas mais uma imposição, que nos tenta fazer acreditar que existe uma real vontade popular a determinar os destinos do país e das pessoas. Mas é falso, o jogo político de bastidores apenas se baseia (em 78% dos casos, aproximadamente) no distribuir e redistribuir os diversos tachos que sobram.
Não se trata de criticar a União Europeia- o português comum nem sabe bem o que ela é ou o que ela faz. Mas, esquecendo-nos, momentaneamente, do facto de a democracia ser o embuste que é, cingindo-nos aos seus valores, parece completamente ridículo que um primeiro ministro de um país resolva abandonar o cargo, a meio do mandato, para ir ocupar um outro qualquer que seja, com a desculpa de ser benéfico e de prestígio para o mesmo.
Depois de terem feito tudo o que estava ao alcance para achincalharem (ainda mais do que é costume) as eleições para o Parlamento Europeu- evitando, propositadamente o debate de ideias (porque não as tinham ou têm)- tentando, a todo o custo, com que elas passassem o mais despercebidas possíveis- para tentar camuflar a derrota evidente- com todos os esquemas e artimanhas de obscurantismo “iluminado”- que, agora, poucas semanas depois, com todo o país a pensar no Euro, possam ter a petulância de tentarem vender- como um qualquer iogurte- que a presidência da Comissão Europeia é de prestígio para Portugal.
É deveras estranho. A não ser que sejam sinais evidentes de um certo nacionalismo bacoco que pensa que o país só se poderá desenvolver se estiver alinhado, e a dar nas vistas, com as esferas internacionais daqueles que dominam- a mesma lógica que esteve inerente à cumplicidade (i)moral com a política de genocídio da coligação que invadiu o Iraque.
Sempre o dar nas vistas. Sempre o querer parecer bem. Mas sem o parecer. Muito menos o ser. Pergunta-se agora se vale a pena eleições antecipadas ou não. Ao que tudo indica, ao sr. Durão já não lhe interessará muito o tema.
Tem agora um tacho mais bem pago e não terá de ficar para assistir ao circo. Quanto aos outros... Não sou adepto da democracia, mas querer manter um governo que, como se viu nas últimas eleições, já não representa essa mesma maioria ilusória, que conduziu o país a uma grave crise económica e social, que o vendeu (i)moralmente aos interesses dos lobbys da guerra e do saque, que o fez cair numa crise de confiança - e não é à toa que o futebol teve tanto impacto (as pessoas esquecem-se dos seus problemas, projectam as suas esperanças pessoais num evento desportivo, a exemplo de sociedades de perfis terceiro-mundistas como é o caso do Brasil)... apenas porque burocraticamente é possível... realmente, ainda acho mais ridículo que o rato que saiu do navio que se afundava...
... enquanto os marinheiros jogavam à bola.
RICARDO MENDONÇA MARQUES (mestrando em Sociologia)
2) Subentende-se aqui o último modelo de democracia, que é o Iraque.
Vejamos as características deste modelo:
a) Armas de Destruição Maciça Imaginárias
b) Mr. Bush aldraba o planeta inteiro – a melhor deste aspecto é que ele já reconheceu tais aldrabices sobre as ADM
c) Guerra colonial
d) Primado Absoluto da Força, isto é, da Violência. Desprezo Absoluto pela ONU e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem
e) Tortura em Guantánamo e em Abu Grahib, em nome do último modelo de democracia, o tal topo de gama
f) Invasão de domicílios e da privacidade.
Imagina que estavas na cama com a tua namorada, em pleno esforço, e de repente entram os norte-americanos pelo quarto dentro, de metralhadoras na mão…
g) Depois levam-te para Abu Grahib e, tal como exige a democracia dão-te direito de escolha:
1) Fazeres sexo oral a outro prisioneiro
2) Levares um tiro na cabeça.
Democraticamente, escolhes levar um tiro na cabeça.
h) Prendem também a tua namorada em Abu Grahib, e os soldados da democracia, põe-na toda nua e prendem-lhe as pernas com correntes, junto aos tornozelos. Depois sujam-na com lama e as forças da ordem colocam-lhe um cassetete pelo sexo dentro.
i) Depois as tais forças da ordem arrasam a cidade de Falluja com armas químicas, matando homens, mulheres, crianças cães e gatos. Depois a associação norte-americana de protecção dos gatos protesta.
j) Entretanto a resistência iraquiana aprende estas normas do Primado Absoluto da Força (ou Violência) e age em conformidade.
k) A seguir a CIA rapta um teu conhecido algures na União Europeia e mete-o num avião de turismo para a Polónia. Aí num Campo de Concentração que existe (mas dizem que não existe, visto que é secreto) torturam-no até à morte e incineram o cadáver, melhor que os alemães faziam noutro local da Polónia, chamado Auschwitz.
l) A seguir guardiões da Democracia dizem que a Tortura Secreta Até à Morte, sem registo, é legal, por ser Secreta. Anthony Blair, o maior mentiroso da Internacional Socialista, diz que não sabe de nada, nem quer saber…
m) E, finalmente, fazem umas eleições.
Aqui tens o último modelo de democracia, o tal topo de gama.
Será que és adepto do último modelo de democracia, o tal modelo topo de gama da democracia?
Chegou a altura de responder a uma mensagem de um elemento da Ala Esquerda sobre o último modelo de democracia.
«Não percebi essa afirmação do RM de que não era adepto de democracia, naquele texto sobre a bola…
(…)
Aguardo resposta esclarecedora…»
L… da Ala Esquerda
R –
1) Primeiro o texto completo.
NÓS E OS OUTROS
O Esférico Rolando...
A derrota da selecção nacional de futebol, frente à Grécia, deixou-nos a todos com um travo amargo na boca.
É certo e, talvez, sabido que a História não se lembra dos segundos lugares, nem se escreve com os nomes dos vencidos, mas, mesmo assim, há certos aspectos positivos que toda esta “epopeia” trouxe e que, pelo menos por ora, conseguem sobrepor-se ao morrer, mais uma vez, na praia. Sendo o futebol um campo emocional por excelência, não se torna muito lógico enquadrá-lo em outras perspectivas, ou esferas, pelas quais as leis da racionalidade (i)lógica se orientam- ao longo dos estreitos corredores labirínticos do comportamento social, delimitado por toda uma conjuntura específica.
Há quem faça críticas a todo este exagero nacionalista- e que ele pode ter fins perversos. De facto, o nacionalismo, em si, já carrega no seu âmago esse mesmo próprio extremismo- baseia- se na diferenciação de um Eu colectivo (definido por uma média incorrecta) em relação a todo um conjunto de Outros que lhe são exteriores.
Não me parece que seja este o caso- baseando-me no mesmo carácter emocional do futebol- nem que o velho Salazar possa estar a dar pulos de contente no seu pijama mortuário. A grande verdade é que o nacionalismo português vai buscar grande parte da sua argumentação retórica ao sentimento, mais ou menos entranhado, de inferioridade latente em relação aos outros países ocidentais mais desenvolvidos. O que contribui para grande parte desse sentimento- mais do que se ser dos últimos da União Europeia (em quase todos os balizadores de desenvolvimento social e económico) é uma visão completamente distorcida de todo um passado de pseudo-descobrimentos e de todo um império que ficou para trás.
Pós 25 de Abril essas ideias começaram a esbater-se, a não serem tão bem aceites, e as ideias reinantes passaram a ser as do ser europeu- como se uma das nações mais antigas deste continente, um dos primeiros países a ser consolidado (sem ter bem a certeza se não terá sido mesmo o primeiro), não fizesse parte dessa mesma Europa. Mas isso é mesmo uma das características das sociedades actuais - os elos de pertença a um Todo passam a ser definidos por factores exclusivamente económicos e, com grande espanto, a simples geografia não basta. Segundo a retórica geral parece que seria mais fácil Israel entrar para a União Europeia do que a Turquia. Não interessa.
De todas as formas, parece que o futebol encarregou-se de reabilitar esse mesmo nacionalismo, mas de uma forma em que ele passou a ser redimensionado. Desta maneira, numa primeira análise, não nos parece que seja um nacionalismo de tipo ostracizante, ou intolerante, em relação aos outros que não se encaixam nos seus quadrantes. Convém lembrar que todas as acções, realmente, de peso partem e devem partir de uma certa vontade colectiva de mudança, de tentar fazer sempre melhor- desde que seja num sentido de uma procura pelo bem comum- a solidariedade, o altruísmo, etc.
Desta maneira, tendo por base todos estes mesmos aspectos, parece-me completamente ridículo as opiniões que ostentam ser motivo de prestígio e orgulho nacional a nomeação do ex-PM Durão Barroso para Presidente da Comissão Europeia.
Realmente, não passa pela cabeça de alguém de mínimo bom senso (mesmo dentro do grupo dos que o elegeram) que tal nomeação possa ser benéfica para o país. Mas isto é mesmo assim, é outro dos erros dentro do grande erro que é a Democracia. Já se sabe que a democracia é apenas mais uma imposição, que nos tenta fazer acreditar que existe uma real vontade popular a determinar os destinos do país e das pessoas. Mas é falso, o jogo político de bastidores apenas se baseia (em 78% dos casos, aproximadamente) no distribuir e redistribuir os diversos tachos que sobram.
Não se trata de criticar a União Europeia- o português comum nem sabe bem o que ela é ou o que ela faz. Mas, esquecendo-nos, momentaneamente, do facto de a democracia ser o embuste que é, cingindo-nos aos seus valores, parece completamente ridículo que um primeiro ministro de um país resolva abandonar o cargo, a meio do mandato, para ir ocupar um outro qualquer que seja, com a desculpa de ser benéfico e de prestígio para o mesmo.
Depois de terem feito tudo o que estava ao alcance para achincalharem (ainda mais do que é costume) as eleições para o Parlamento Europeu- evitando, propositadamente o debate de ideias (porque não as tinham ou têm)- tentando, a todo o custo, com que elas passassem o mais despercebidas possíveis- para tentar camuflar a derrota evidente- com todos os esquemas e artimanhas de obscurantismo “iluminado”- que, agora, poucas semanas depois, com todo o país a pensar no Euro, possam ter a petulância de tentarem vender- como um qualquer iogurte- que a presidência da Comissão Europeia é de prestígio para Portugal.
É deveras estranho. A não ser que sejam sinais evidentes de um certo nacionalismo bacoco que pensa que o país só se poderá desenvolver se estiver alinhado, e a dar nas vistas, com as esferas internacionais daqueles que dominam- a mesma lógica que esteve inerente à cumplicidade (i)moral com a política de genocídio da coligação que invadiu o Iraque.
Sempre o dar nas vistas. Sempre o querer parecer bem. Mas sem o parecer. Muito menos o ser. Pergunta-se agora se vale a pena eleições antecipadas ou não. Ao que tudo indica, ao sr. Durão já não lhe interessará muito o tema.
Tem agora um tacho mais bem pago e não terá de ficar para assistir ao circo. Quanto aos outros... Não sou adepto da democracia, mas querer manter um governo que, como se viu nas últimas eleições, já não representa essa mesma maioria ilusória, que conduziu o país a uma grave crise económica e social, que o vendeu (i)moralmente aos interesses dos lobbys da guerra e do saque, que o fez cair numa crise de confiança - e não é à toa que o futebol teve tanto impacto (as pessoas esquecem-se dos seus problemas, projectam as suas esperanças pessoais num evento desportivo, a exemplo de sociedades de perfis terceiro-mundistas como é o caso do Brasil)... apenas porque burocraticamente é possível... realmente, ainda acho mais ridículo que o rato que saiu do navio que se afundava...
... enquanto os marinheiros jogavam à bola.
RICARDO MENDONÇA MARQUES (mestrando em Sociologia)
2) Subentende-se aqui o último modelo de democracia, que é o Iraque.
Vejamos as características deste modelo:
a) Armas de Destruição Maciça Imaginárias
b) Mr. Bush aldraba o planeta inteiro – a melhor deste aspecto é que ele já reconheceu tais aldrabices sobre as ADM
c) Guerra colonial
d) Primado Absoluto da Força, isto é, da Violência. Desprezo Absoluto pela ONU e pela Declaração Universal dos Direitos do Homem
e) Tortura em Guantánamo e em Abu Grahib, em nome do último modelo de democracia, o tal topo de gama
f) Invasão de domicílios e da privacidade.
Imagina que estavas na cama com a tua namorada, em pleno esforço, e de repente entram os norte-americanos pelo quarto dentro, de metralhadoras na mão…
g) Depois levam-te para Abu Grahib e, tal como exige a democracia dão-te direito de escolha:
1) Fazeres sexo oral a outro prisioneiro
2) Levares um tiro na cabeça.
Democraticamente, escolhes levar um tiro na cabeça.
h) Prendem também a tua namorada em Abu Grahib, e os soldados da democracia, põe-na toda nua e prendem-lhe as pernas com correntes, junto aos tornozelos. Depois sujam-na com lama e as forças da ordem colocam-lhe um cassetete pelo sexo dentro.
i) Depois as tais forças da ordem arrasam a cidade de Falluja com armas químicas, matando homens, mulheres, crianças cães e gatos. Depois a associação norte-americana de protecção dos gatos protesta.
j) Entretanto a resistência iraquiana aprende estas normas do Primado Absoluto da Força (ou Violência) e age em conformidade.
k) A seguir a CIA rapta um teu conhecido algures na União Europeia e mete-o num avião de turismo para a Polónia. Aí num Campo de Concentração que existe (mas dizem que não existe, visto que é secreto) torturam-no até à morte e incineram o cadáver, melhor que os alemães faziam noutro local da Polónia, chamado Auschwitz.
l) A seguir guardiões da Democracia dizem que a Tortura Secreta Até à Morte, sem registo, é legal, por ser Secreta. Anthony Blair, o maior mentiroso da Internacional Socialista, diz que não sabe de nada, nem quer saber…
m) E, finalmente, fazem umas eleições.
Aqui tens o último modelo de democracia, o tal topo de gama.
Será que és adepto do último modelo de democracia, o tal modelo topo de gama da democracia?