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segunda-feira, dezembro 03, 2007

  • A GUERRA DA ETA CONTRA O ESTADO ESPANHOL

    OS ERROS DA ETA

    Já aqui temos falado desta Guerra entre a ETA e o Estado democrático espanhol, que consideramos ser um erro histórico.

    Achamos que para além do sofrimento humano e destruições que os atentados da ETA provocam parece-nos que a ETA, praticamente, não distingue o Estado fascista espanhol, nascido da Guerra-civil de 1936-39, do Estado democrático espanhol.
    Ora em Democracia a ETA pode integrar-se, abandonando os atentados, isto é abandonando a Guerra.
    Que vantagens tem esta Guerra da ETA contra o Estado democrático espanhol? Não se vêem vantagens nenhumas.
    Mesmo na perspectiva da ETA os atentados não contribuem para a indepedência do País Basco.

    A ETA não parece compreender o chamado tempo histórico que o historiador francês Braudel associava ao conceito duração: curta duração, média duração e longa duração.
    Ora, parece-nos que a ETA esquece esta questão colocada por Braudel. E parece esquecer também que na média e na longa duração a Democracia se autocorrige, a Democracia vai-se modificando a si própria.
    A ETA parece, parcialmente, basear-se no livro «Da Guerra» de Clausewitz, que actualmente, é anacrónico.
    E quem é Causewitz?

    «Carl von Clausewitz»
    (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
    «Carl von Clausewitz ou Carl Phillip Gottlieb von Clausewitz (n. 1 de Junho de 1780 - f. 16 de Novembro de 1831) foi um general e estratega militar prussiano (hoje parte da Alemanha). Foi diretor da Escola Militar de Berlim nos últimos treze anos de sua vida, período em que escreveu a obra Von Kriege (Da Guerra), publicada postumamente. Ficou conhecida a frase em que ele define a associação entre guerra e política: “a guerra é a continuação da política por outros meios”.
    Von Clausewitz é considerado um grande mestre da arte da guerra. Sua lições de tática e estratégia vão, porém, além dos exercícios militares propriamente ditos, para se constituírem, inclusive, numa profunda reflexão sobre a filosofia da guerra e da paz. Essa reflexão contém observações éticas que são válidas para a formação militar em todo tempo, mesmo na ocorrência do que, nos nossos dias, veio a chamar-se "guerra interna". Para Clausewitz, a destruição física do inimigo deixa de ser ética, quando ele pode ser desarmado em vez de morto. Clausewitz dirigiu a Escola Militar, tomou parte na batalha de Waterloo e morreu de cólera.»


    Mas afinal o que é a ETA?
    «Euskadi Ta Askatasuna»
    (Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre)
    «A organização Euskadi Ta Askatasuna (basco para Pátria Basca e Liberdade), mais conhecida pela sigla ETA, é um grupo que pratica a luta armada como meio para conseguir a independência dos estados francês e espanhol (Euskal Herria), de ideologia independentista marxista-leninista e revolucionária.
    É classificada como um grupo terrorista pelos governos da Espanha, França, pela União Européia, pelo governo dos Estados Unidos e pela Anistia Internacional. Seu símbolo é uma serpente enrolada em um machado. Foi fundada por membros dissidentes do Partido Nacionalista Basco. Durante a ditadura franquista, contou com o apoio significativo da população por ser considerada uma organização de anti-regime, mas foi perdendo apoio público após o processo de democratização em 1977. Seu lema é Bietan jarrai, que significa seguir nas duas, ou seja, na luta política e militar.
    Esse grupo se localiza no norte da Espanha e no noroeste da França. É um grupo terrorista, que se originou do Partido Nacionalista Basco, fundado em 1894 e que conseguiu sobreviver na clandestinidade sob o governo do ditador Francisco Franco (1939-1975).
    Denominação
    Os integrantes da ETA são denominados etarras, um neologismo criado pela imprensa espanhola a partir do nome da organização e do sufixo basco com o qual se formam os gentílicos no idioma. Em basco a denominação é etakideak, plural de etakide (membro da ETA). Os membros e partidários do movimento freqüentemente utilizam o termo gudariak, que significa guerreiros ou soldados.
    História
    Em 1952 organiza-se um grupo universitário de estudos chamado Ekin (empreender en euskera), em Bilbao. Em 1953, através do Partido Nacionalista Basco (PNB) o grupo toma contato com a organização juvenil PNB, Euzko Gaztedi. Em 1956 as duas associações se fundem. Dois anos mais tarde (1958), os grupos se separam por divergências internas, sendo que o Ekin converte-se em ETA no dia 31 de julho de 1959. Por questões ideológicas, o ETA se desliga do PNB, utilizando a ação direta como estratégia de movimento de resistência na mesma época em que diversos países do hemisfério sul lutam por liberdade. Sua primeira Assembléia ocorreu no monastério beneditino de Belloc França em maio de 1962, sendo as resoluções:
    A regeneração histórica, considerando a história basca como um processo de construção nacional.
    O que define a nacionalidade basca é a euskera, em vez da etnia, como fazia o PNB.
    Definem-se como um movimento não-religioso, rechaçando a hierarquia da igreja ainda que utilizem sua doutrina para a elaboração de seu programa social. Isto contrasta com o catolicismo do PNB.
    O Socialismo.
    A independência de Euskadi, compatível com o federalismo europeu.
    Primeiras assembleias e primeiros atentados
    Os esquerdistas conseguem uma definição maior da ideologia do ETA a partir da II Assembleia, que define as afinidades do ideário do movimento com o comunismo. Esta assembleia foi realizada em Bayona, na primavera de 1963.
    Na III Assembleia, que ocorreu entre abril e maio de 1964, decidiu-se que a luta armada era a melhor maneira de alcançar seus objetivos. A resolução foi publicada mais tarde no periódico La insurrección en Euskadi. Nesta assembléia também se decidiu, por unanimidade, a ruptura final com o PNB, que para o ETA, “contrariava os interesses da liberação nacional”.
    É difícil definir qual foi o primeiro atentado do ETA, já que os primeiros não foram assumidos. Em todo caso, o primeiro atentado assumido pelo ETA foi a morte do guarda civíl José Pardines Arcay, em 7 de junho de 1968.
    Em 1968 o ETA cometeu seu primeiro atentado de grande repercussão: o assassinato de Melitón Mananzas, chefe da polícia secreta de San Sebastián e torturador da ditadura franquista. Em 1970, vários membros de ETA são julgados e condenados à morte durante o processo de Burgos, mas a pressão internacional fez com que a pena fosse alterada, mesmo tendo sido aplicada a outros membros do ETA anteriormente. O atentado de maior repercussão durante a ditadura ocorreu em dezembro de 1973, com o assassinato do almirante e presidente do governo Luis Carrero Blanco, em Madrid, ação que foi aplaudida por muitos exilados políticos.
    Em 1978, com a nova constituição espanhola, o País Basco consegue grande autonomia. Entretanto, grande parte do ETA permaneceu querendo a autonomia completa da região.
    No dia 22 de Março de 2006 a organização declarou um cessar-fogo permanente, que foi rompido em 30 de dezembro de 2006. A organização assumiu a explosão de um carro-bomba no Terminal 4 do aeroporto de Barajas, em Madrid. O atentado provocou o desmoronamento de três dos quatro andares do prédio (o mais novo terminal do aeroporto), deixando dezanove pessoas feridas e causando a morte de dois equatorianos.
    Diferentemente do que já ocorreu no passado, o ETA, desta vez, não anunciou previamente o fim do cessar-fogo. O atentado provocou a suspensão do tráfego aéreo num dos dias mais movimentados do ano nos aeroportos europeus.»