Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

quarta-feira, maio 26, 2004

  • UM POEMA DIFERENTE

    Teremos camas com os mais leves cheiros
    E profundos divans, quais mausoléus,
    Além de estranhas flores nas prateleiras,
    Pra nós abertas em mais belos céus.

    À porfia gastando os ardores últimos,
    Os nossos corações, quais labaredas,
    Reflectirão as suas chamas duplas
    Nas nossas almas, dois espelhos gémeos.

    Numa noite de rosa e de azul místico
    Um só relâmpago iremos trocar,
    Como o soluço de um adeus sem fim;

    E um Anjo, mais tarde, abrindo as portas,
    Alegre e fiel, virá reanimar
    Os baços espelhos e as chamas mortas.


    Baudelaire

    Seleccionado por Ricardo Marques