A MORTE DE ANTÓNIO CHAMPALLIMAUD
Morreu o nº1 da alta burguesia portuguesa, António Sommer Champallimaud.
O sucesso empresarial, o Culto Sagrado da Desigualdade, não lhe deu a imortalidade. Hoje está igual ao último sem-abrigo que morreu à fome – é a absoluta igualdade perante a morte.
Champalimaud tinha um grande mérito, não fazia auto-censura às frases e ao vocabulário, exercia a liberdade de expressão de pensamento – chamava ladrões aos capitães que fizeram a revolução de 25 de Abril e à esquerda esquerda. Os esquerdistas retribuíam o elogio, lembrando-lhe que roubar os próprios irmãos não é muito ético, por mais ardiloso que seja o roubo, por mais estúpidos que sejam os irmãos.
Teve um percurso de vida inteligente – casou com a filha do homem certo, no momento certo. Beneficiou das virtudes das torturas da PIDE, que davam muito jeito aos empresários, que beneficiavam da proibição do direito à greve do fascismo.
Apercebeu-se que o 25 de Abril não era uma evolução, mas uma revolução social e desertou para o Brasil.
Também se apercebeu que o 25 de Novembro de Ramalho Eanes, Vasco Lourenço, Jaime Neves, Valentim Loureiro e Mário Soares era a sua revolução – a esquerda não foi massacrada no 25 de Novembro, porque sabia que seria chacinada pelo exército inglês que desembarcaria e aterraria no Porto a pedido de Mário Soares e Valentim Loureiro.
A esquerda da esquerda não foi chacinada, porque percebeu a armadilha e teve um aliado de peso no general Costa Gomes que evitou a todo o custo a guerra civil.
Quando dois aviões Fiat sobrevoavam a baixa altitude o Ralis, abanando as asas estavam a pedir a guerra civil, mas as antiaéreas não respondiam.
Quando Jaime Neves mandou disparar a primeira rajada de metralhadora sobre os civis que protegiam os paraquedistas em Monsanto, disse que a segunda seria à altura do peito se os civis não fugissem, isto confirmado por quem estava lá sob o comando de Jaime Neves.
Os esquerdistas não quiseram morrer – agora morreu o grande vencedor do 25 de Novembro. Até os vencedores morrem.
O 25 de Abril foi uma revolução social. O 25 de Novembro foi a contra-revolução social de António Champallimaud, que venceu, mas depois morreu. A vitória foi transitória.
Morreu o nº1 da alta burguesia portuguesa, António Sommer Champallimaud.
O sucesso empresarial, o Culto Sagrado da Desigualdade, não lhe deu a imortalidade. Hoje está igual ao último sem-abrigo que morreu à fome – é a absoluta igualdade perante a morte.
Champalimaud tinha um grande mérito, não fazia auto-censura às frases e ao vocabulário, exercia a liberdade de expressão de pensamento – chamava ladrões aos capitães que fizeram a revolução de 25 de Abril e à esquerda esquerda. Os esquerdistas retribuíam o elogio, lembrando-lhe que roubar os próprios irmãos não é muito ético, por mais ardiloso que seja o roubo, por mais estúpidos que sejam os irmãos.
Teve um percurso de vida inteligente – casou com a filha do homem certo, no momento certo. Beneficiou das virtudes das torturas da PIDE, que davam muito jeito aos empresários, que beneficiavam da proibição do direito à greve do fascismo.
Apercebeu-se que o 25 de Abril não era uma evolução, mas uma revolução social e desertou para o Brasil.
Também se apercebeu que o 25 de Novembro de Ramalho Eanes, Vasco Lourenço, Jaime Neves, Valentim Loureiro e Mário Soares era a sua revolução – a esquerda não foi massacrada no 25 de Novembro, porque sabia que seria chacinada pelo exército inglês que desembarcaria e aterraria no Porto a pedido de Mário Soares e Valentim Loureiro.
A esquerda da esquerda não foi chacinada, porque percebeu a armadilha e teve um aliado de peso no general Costa Gomes que evitou a todo o custo a guerra civil.
Quando dois aviões Fiat sobrevoavam a baixa altitude o Ralis, abanando as asas estavam a pedir a guerra civil, mas as antiaéreas não respondiam.
Quando Jaime Neves mandou disparar a primeira rajada de metralhadora sobre os civis que protegiam os paraquedistas em Monsanto, disse que a segunda seria à altura do peito se os civis não fugissem, isto confirmado por quem estava lá sob o comando de Jaime Neves.
Os esquerdistas não quiseram morrer – agora morreu o grande vencedor do 25 de Novembro. Até os vencedores morrem.
O 25 de Abril foi uma revolução social. O 25 de Novembro foi a contra-revolução social de António Champallimaud, que venceu, mas depois morreu. A vitória foi transitória.