Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

quinta-feira, julho 05, 2007

  • A UNIÃO EUROPEIA E ANGOLA

    O conflito entre a União Europeia e Angola faz lembrar os tempos coloniais. Desta vez o conflito é diplomático, e é a propósito da Compnhia Aérea de Angola TAAG.
    Não conhecemos os fundamentos técnicos da decisão da União Europeia, para proibir a TAAG de voar para toda a União Europeia.
    Tudo isto, porém, faz lembrar a Conferência de Berlim de 1884-1885, que representou o apogeu do colonialismo europeu em África.







    A CONFERÊNCIA DE BERLIM E A ERA DO COLONIALISMO
    « A Conferência de Berlim realizada entre 15 de Novembro de 1884 e 26 de fevereiro de 1885 teve como objectivo organizar, na forma de regras, a ocupação de África pelas potências coloniais e resultou numa divisão que não respeitou, nem a história, nem as relações étnicas e mesmo familiares dos povos do Continente.
    Na conferência, que foi proposta por Portugal e organizada pelo Chanceler Otto von Bismarck da Alemanha - país anfitrião, que não tinha ainda colónias em África, mas tinha esse desejo e viu-o satisfeito, passando a administrar o “Sudoeste Africano” (atual Namíbia) e o Tanganhica - participaram ainda a Grã-Bretanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Estados Unidos da América, Suécia, Áustria-Hungria, Império Otomano.
    Os Estados Unidos possuíu colônia na África; a Libéria, só que muito tarde, mas eram uma potência em ascensão e tinham passado recentemente por uma guerra civil (1861-1865) relacionada com a abolição da escravatura naquele país; a Grã-Bretanha tinha-a abolido no seu império em 1834. A Turquia também não possuía colónias em África, mas era o centro do Império Otomano, com interesses no norte de África. Os restantes países europeus que não foram “contemplados” na partilha de África, também eram potências comerciais ou industriais, com interesses indirectos naquele continente.
    Num momento desta conferência, Portugal apresentou um projecto, o famoso Mapa cor-de-rosa, que consistia ligar a Angola e Moçambique para haver uma comunicação entre as duas colónias, facilitando o comérico e o transporte de mercadorias. Mas este documento, apesar de todos concordarem com o projecto, Inglaterra, supostamente um antigo aliado dos portugueses, surpreendeu com a negação face ao projecto e fez um ultimato, conhecido como Ultimato britânico de 1890, ameaçando guerra se Portugal não acabasse com o projecto. Portugal, com medo de uma crise, não criou guerra com Inglaterra e todo o projecto foi-se abaixo.
    Como resultado desta conferência, a Grã-Bretanha passou a administrar toda a África Austral, com excepção das colónias portuguesas de Angola e Moçambique e o Sudoeste Africano, toda a África Oriental, com excepção do Tanganhica e partilhou a costa ocidental e o norte com a França, a Espanha e Portugal (Guiné-Bissau e Cabo Verde); o Congo – que estava no centro da disputa, o próprio nome da Conferência em alemão é “Conferência do Congo” – continuou como “propriedade” da Companhia Internacional do Congo, cujo principal accionista era o rei Leopoldo II da Bélgica; este país passou ainda a administrar os pequenos reinos das montanhas a leste, o Ruanda e o Burundi. »