Manifesto Aplicado do Neo-Surrealismo Céu Cinzento O Abominável Livro das Neves

Anti-Direita Portuguesa

ESQUERDA NÃO PARTIDÁRIA

LIVRE-PENSADORA

domingo, julho 10, 2005

  • O CONSUMIDOR E A GUERRA

    Os directores dos jornais, das televisões e das rádios são testas-de-ferro dos accionistas maioritários, de um modo geral.
    Para estudarem os consumidores analisam três critérios:
    1) QE – QUOCIENTE DE ESTUPIDEZ
    2) QI – QUOCIENTE DE INTELIGÊNCIA
    3) Q IGN – QUOCIENTE DE IGNORÂNCIA.
    A Campanha do Sim em França sobre a Constituição da União Europeia mostrou um dos graves problemas para a Democracia, na perspectiva das elites: aumenta a instrução dos consumidores e diminui o QE ou Quociente de Estupidez, logo são mais difíceis de domesticar ou de aldrabar.
    Um apoiante do Sim em França votou Não, porque, segundo ele, a campanha do Sim supunha que ele era mais estúpido do que o que efectivamente era, tais eram os argumentos apresentados.
    Exceptuando Mário Soares e pouco mais, as elites portuguesas do poder, da política e dos meios de comunicação social, supõem que o QE dos portugueses é dos mais altos do Mundo, mas não é bem assim. O que dizem sobre os atentados terroristas de Londres omite uma simples coisa: Blair invadiu o Iraque, e nem sempre na guerra a Barbárie é exclusiva dos engravatados, os atacados também podem recorrer à Barbárie, tal como recorreram os invasores às ordens da dupla Bush-Blair, e a tal guerra do Iraque ainda não acabou… vai continuando em várias frentes…
    As torturas de Guantánamo e de Abu Ghraib, e outras humilhações como lançar o Alcorão para dentro de uma sanita têm consequências, quer para os torturadores, quer para os familiares e amigos dos torturados. Mas as consequências são óbvias: a destruição dos valores da Democracia, por parte dos torturadores e, a destruição dos valores da Democracia por parte de alguns amigos dos torturados…
    Os militaristas procuram explicar o grau de estripamento das vítimas das bombas de Londres, e depois os consumidores comparam com o grau de estripamento das vítimas das bombas da RAF no Iraque. A seguir os militaristas falam no grau das queimaduras dos corpos dos mortos de Londres, depois os consumidores comparam com o grau das queimaduras dos cadáveres produzidos pela artilharia inglesa no Iraque. A seguir os militaristas falam no grau de estropiamento dos corpos dos mortos de Londres, depois os consumidores comparam com o grau de estropiamento dos corpos dos mortos pelas bombas de fragmentação das tropas petrocoloniais da dupla Bush-Blair. Isto de instruir os consumidores acaba por ser um grande problema…